sobre a henna...













Henna é o nome comum da planta Lawsonia inermis, originária do norte da África e sul da Ásia, porém, predominantemente cultivada em Rajasthan, Índia. Henna é frequentemente utilizada, nesses países quer medicinalmente, ou como corante, na pele, cabelos, unhas, e em matérias têxteis. Há milhares de anos que a Henna é aplicada sobre a pele como uma bênção, ou como protecção, sorte, e embelezamento, fazendo parte de tradições eruditas e superstições culturais em comemorações e rituais pagãos, tais como por exemplo a menarca que marca a transição da infância feminina para o estado adulto. A sua utilização data da idade do bronze mantendo-se fiel e constante até á actualidade através de costumes e hábitos que têm sido partilhados e testemunhados por todo o mundo.
Henna, حناء (em árabe) significa tatuagem,   assim como o nome comum da planta (Lawsonia inermis). Esta planta é nativa das regiões tropicais e subtropicais da África, sul da Ásia em zonas semi-áridas. É cultivada comercialmente no oeste da Índia, Paquistão, Marrocos, Iêmen, Irã, Afeganistão, Somália, Sudão, Líbia, Egito e Bangladesh mas o maior produtor actual encontra-se no distrito de Pali no Rajasthan.  A Henna recebe variados nomes em diferentes linguagens e regiões, nomes que referem tanto à planta quanto à aplicação como por exemplo nas Regiões árabes, (Alhenna, Henna, Henneh, Hinna, Yoranna). Na Índia devido à enorme quantidade de idiomas, encontramos também diferentes denominações: Sânscrito, (Dvivranata, Kokadanta, Mendhika, Medika Híndi) / Língua oficial do país, (Hena, Mehandi, Mehndi, Mhindi Kannada) / língua oficial do Estado de Karnataka, (Madarangi Malayalam) /Língua oficial do Estado de Kerala, (Mayilanji Tâmil) /Língua oficial do Estado de Tâmil Nadu, (Aivanam, Marudondri Urdu) / Língua oficial do Paquistão, também falada na Índia, sobretudo pelos muçulmanos, (Mehendi Marathi) / Língua oficial do Estado Maharashtra, (Mendhi, Mendi Oryia) / Língua oficial do Estado de Orissa, (Mendi, Monjuati, Olota Telegu) / Língua oficial do Estado de Andhra Pradesh, (Gorintaaku) e em inglês também é conhecida como Camphire ou Cypress Shurb.
Além da sua utilização no cabelo, pele e unhas, como corante, conservante e anti-fúngico, as flores de Henna têm sido utilizadas no fabrico de perfumes e óleos essenciais utilizados na Medicina Ayurvédica devido ao seu efeito calmante e relaxante promovendo paz mental e a redução da fadiga.
Existem registos muito antigos de sua utilização, como podemos verificar nestes Cânticos de Salomão:
 "O meu amado é para mim como um ramalhete de mirra, posto entre os meus seios. Como um ramalhete de hena nas vinhas de Engedi é para mim o meu amado. Eis que és formosa, ó meu amor, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas. Eis que és formoso, ó amado meu, e também amável; o nosso leito é verde. As traves da nossa casa são de cedro, as nossas varandas de cipreste."
Cântico 1-7
No Egipto Antigo, no processo de mumificação e ainda enumerada também no Papiro de Erbs, um dos tratados médicos egípcios mais antigos e importantes que se conhece. Também foram encontradas evidências de sua utilização como tintura de cabelo durante o Império Romano, assim como em Espanha durante o domínio árabe.
No que diz respeito aos rituais e cerimónias em que a Henna é utilizada podemos verificar algumas diferenças culturais como por exemplo na índia a Henna, é habitual em celebrações como casamentos e outras ocasiões especiais, que são tradicionalmente associados com a transcendência e transformação.
 Uma das mais importantes celebrações é a festa da Henna, este é o momento em que a noiva se reúne com as amigas, para receber dicas sobre a vida de casada, e para celebrarem juntas a nova vida que se inicia. Os desenhos de Henna aplicados na noiva são os mais elaborados, pois este será o seu dia especial. Outro facto interessante é que a noiva tem boas razões para cuidar da sua Henna, pois ela não participa das tarefas domésticas até que a Henna tenha desaparecido.
Durante a gravidez por volta do oitavo mês as mulheres também pintam Henna, recriando os desenhos utilizados no casamento para que a mulher relembre a felicidade que sentiu durante a cerimónia de casamento. São desenhados símbolos auspiciosos para que possam trazer boa sorte à criança que irá nascer.
No Norte da África, durante o período  de colonização e ocupação europeia  a arte corporal feita com Henna foi associada ao atraso cultural, isolamento rural sendo desta forma associada à rejeição e ao atraso da “evolução”. Décadas mais tarde, quando estes países se tornaram independentes, muitas das antigas técnicas e tradições da Henna foram renascendo e surgindo em todo o Norte de África, como expressão do património folclórico e como empreendimento económico para o sector do turismo.